Virtuose, funâmbulo, percha... Navegue pelo Glossário do Festival Internacional Sesc de Circo para conhecer mais do universo das artes circenses. As referências bibliográficas para a composição dos verbetes foram compêndios impressos e virtuais, como Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa (2007), Dicionário Sesc – A Linguagem da Cultura, de Newton Cunha (2003), Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos, coordenado por J. Guinsburg, João Roberto Faria e Mariângela Alves de Lima (2006), Circodata – Dicionário do Circo Brasileiro e Dicionário de Circo do Nica (National Institute of Circus Arts Australia).

Acrobacia

1. Técnica corporal e de exercício de equilíbrio, de saltos e evolução com cordas. 2. Equilibrismo ou funambulismo em corda bamba. 3. Conjunto de movimentos ou gestos que demonstram destreza e agilidade, para além de hábitos ou modelos normais. 4. Por extensão, exercício ginástico de habilidade superior.

Acrobata

Artista ou profissional de acrobacia, habitualmente vinculado ao circo. O termo, de origem grega, significa, literalmente, “que anda na ponta dos pés”. Var.: acróbata.

Alê

Do verbo francês aller (ir). Usado no modo imperativo: alê! No circo é uma espécie de senha, ordem de comando entre os artistas, muito utilizada no momento dos saltos dos trapezistas.

Alegoria

Figura retórica de pensamento na qual uma ideia é exposta por meio de imagens apenas sugeridas, que exigem uma decifração, já que mantêm um distanciamento entre as palavras utilizadas e sua significação efetiva.

Ancorar

Criar uma base firme e sólida. Fixar-se num lugar. Também diz respeito a ancorar uma ideia em sólida argumentação. No universo circense, ancorar se refere tanto a fixar a lona num determinado terreno quanto aos números em que o artista necessita de um apoio, uma âncora, para realizar sua performance.

Aparelho

Todo e qualquer equipamento circense que sirva para auxiliar movimentos e evoluções de artistas. Ex.: lira, trapézio, tecido, corda, mastro chinês etc.

Arame

Cabo de aço tensionado, em cima do qual o artista realiza números de equilíbrio.

Autoportagem

Técnica circense que consiste em utilizar os corpos dos próprios artistas e, eventualmente, de integrantes da plateia, como meio de sustentação para aparelhos circenses.

Bambu

Vegetal cilíndrico e oco da família das gramíneas usado como instrumento acrobático pela leveza, flexibilidade e formato, que facilita a pega. Os números circenses podem ser feitos com um único bambu ou com vários, em movimentos de subida, descida, giro e suspensão no ar.

Banquine

Plataforma de arremesso humano, composta por, no mínimo, três pessoas. Duas delas, que formam a base, usam seus braços e pernas como posição de partida para que a terceira seja arremessada em cambalhotas e outras acrobacias.

Barra fixa

Aparelho de ginástica que consiste em uma barra roliça horizontal fixada em dois apoios verticais, na qual o acrobata realiza sequências de giros e saltos.

Bufão, bufo

Ator ou personagem farsesco, ou seja, cuja representação tende ao exagero cômico, incluindo não apenas recursos de linguagem franca, licenciosa e popular, como mímicas e caretas (esgares). Sua figura socialmente inferior ou marginal lhe confere a possibilidade de comentar, de forma impune e mesmo grosseira, as ações e intenções das figuras sérias do drama, revelando, pelo artifício da burla, as facetas irracionais ali contidas. De certa maneira, o bufão, o bobo, o truão ou o palhaço, por acompanhar de perto os “senhores” e poderosos, exterioriza, na superfície da fala e do corpo, a demência subjacente das relações dramáticas.

Cabaré

Do francês cabaret, era também chamado de café-concerto. No início, não se distinguiam as classes sociais: operários e aristocratas se encontravam para assistir a apresentações de circo, dança, teatro e música, além de beber e comer. Os mais famosos da França foram Le Chat Noir e Folies Bergère.

Caco

Exclamações, expressões, frases ou falas curtas que não constam do texto original e são às vezes improvisadas pelos atores em cena, para suprir eventuais lapsos de memória ou para realçar um efeito cômico ou dramático. O caco, por vezes, tem um rendimento tão extraordinário que passa a fazer parte do espetáculo, incorporado ao texto da peça. Artistas de comédias de costumes utilizam-no conscientemente para atualizá-las, sobretudo quando permanecem por longo tempo em cartaz.

Cascata

É quando o artista, geralmente o palhaço, simula uma queda e provoca o riso da plateia.

Charanga

Banda musical formada por instrumentos de sopro; orquestra desafinada e/ou ruidosa; carro velho; qualquer coisa ou objeto; troço, treco. Do espanhol, charanga.

Charivari

Termo francês que significa algazarra, confusão, manifestação tumultuada e até um conjunto de sons musicais carentes de harmonia. No circo, foi adotado como expressão para simbolizar o momento final de um espetáculo, quando os artistas retornam ao picadeiro para uma celebração conjunta, fazendo acrobacias, malabares e pedindo para o público acompanhar com palmas a animação derradeira.

Circo-teatro

Gênero que nasceu no fim do século XIX e fez muito sucesso no XX, o circo-teatro caracteriza os espetáculos das companhias familiares que percorriam o Brasil encenando textos cômicos ou melodramáticos, compostos por números de acrobacia, malabarismo e palhaçaria. Entre os artistas que atuaram, estão Procópio Ferreira, Benjamin de Oliveira e Vic Militello.

Claque

Pessoas contratadas por empresários ou pelos próprios intérpretes para aplaudir, entusiasticamente, as entradas no palco dos atores principais ou as grandes cenas das peças, visando a influenciar o julgamento da audiência. Sua origem regride até o século V, na Grécia, e às exibições de Nero, na Roma Imperial. A função só começa a adquirir status profissional na França, no início do século XIX, quando seus membros passam a receber alguma importância em dinheiro ou bilhetes gratuitos. Grandemente utilizada nos ambientes operísticos, nos quais subsiste até hoje, sobretudo nos pequenos centros urbanos, sua utilização variou de país para país. No Brasil, existiu até a metade do século XX, recebida, às vezes, com hostilidade pela plateia pagante. Intervindo nas entradas das estrelas da companhia, nas cenas de bravura (final de longas tiradas, cenas de exaltação e fúria, árias, no caso específico do gênero lírico), era presença constante no teatro de revista. Desapareceu totalmente do teatro nacional, talvez existindo em locais provincianos.

Claves

Peças em formato de pera alongada com cabos que lhes servem de apoio. Os malabaristas costumam jogar para o alto, sem deixar cair, três, quatro ou mais de uma só vez.

Clown

É um termo inglês que remonta ao século XVI. Deriva de cloyne, cloine, clowne, e sua matriz etimológica reporta a colonus e clod, cujo sentido aproximado seria homem rústico, do campo. Clod, ou clown, indicava também o lout, homem desajeitado, grosseiro, e boor, camponês, rústico. Na pantomima inglesa, o clown era o cômico principal e tinha as funções de um serviçal. No universo circense, ele é o artista cômico que participa das entradas e reprises, explorando o desajuste e a tolice em suas ações. Também pode ser chamado de excêntrico e faz oposição ao Tony de Soirée.

Coletivo

Algo que abrange ou pertence a várias pessoas. A palavra é muito usada para designar um grupo de pessoas reunidas para produzir uma obra de arte ou espetáculo juntas. Essa noção está na essência do trabalho circense, que se baseia na criação coletiva, muitas vezes familiar, de artistas que transcendem a concepção individual para construir um grande espetáculo.

Contorcionismo

Número que exige do artista (contorcionista) extrema flexibilidade para fazer movimentos de torção do corpo, utilizando ou não aparelhos.

Corda indiana/lisa

Corda giratória, pendurada no alto da lona, em que o artista sobe executando movimentos de demonstração de flexibilidade e força, em parceria com o portô.

Cortejo

1. Saudação, cumprimento, vênia (geralmente a pessoas distintas ou importantes); cortesia; 2. Comitiva, séquito que acompanha uma ou mais pessoas importantes; 3. P.ext. Grupo de pessoas em procissão.

Crítica

Derivada do grego kritike, que significa “discernir”, “separar”, “julgar”, a crítica é a capacidade de avaliar uma obra artística a partir de referências culturais. Para além do simples julgamento subjetivo, a produção crítica parte de um conjunto de conhecimentos teóricos, estéticos e históricos para contextualizar determinada produção e lhe atribuir valor e qualidade.

Dança acrobática

Combinação de técnicas de dança com elementos de acrobacia. Tornou-se popular no início do século 20 nos Estados Unidos e Canadá, nos espetáculos de variedades (vaudeville), e hoje faz parte do repertório de diversas companhias de circo contemporâneo.

Dandi acrobático

Mesa sobre a qual uma dupla de artistas executa movimentos acrobáticos em sentidos opostos um em relação ao outro. Podem ser saltos, paradas de mão, cambalhotas, gangorras humanas, entre outros.

Dramaturgia

Conjunto de técnicas que possibilitam transpor para os palcos (ou para as telas) uma determinada narrativa. Ela pode ser desenvolvida especificamente para TV, teatro ou circo. A dramaturgia circense envolve a combinação de recursos cênicos como trilha sonora, iluminação, roteiro e técnicas variadas de picadeiro, aliados ao risco e à memória afetiva.

Equilibrista

Ver funâmbulo.

Esquete

Breve apresentação cênica, geralmente de cunho satírico, cômico ou paródico, realizada por um pequeno grupo de atores. Baseada em situações e hábitos do cotidiano, não tem por objetivo explorar com profundidade os aspectos psicológicos dos personagens. Como recurso de entretenimento, foi bastante utilizada em espetáculos musicais (revistas, music-hall, vaudeville), de teatro popular, passando mais tarde ao rádio e à televisão. Do inglês sketch, esboço.

Festival

Evento que reúne produções culturais de uma linguagem específica a partir de um determinado tema e linha de curadoria. Pode ter diferentes periodicidades e formato competitivo ou não, mas sempre busca apresentar um amplo e variado panorama da produção artística ou do tema em questão.

Filme noir

Subgênero do filme policial, influenciado pela estética cinematográfica do expressionismo alemão dos tempos nazistas, caracterizada pelo alto contraste entre luz e sombra. Com ambientação urbana, temática criminal e anti-heróis, teve seu ápice nos Estados Unidos nas décadas de 1940 e 1950. Orson Welles, Otto Preminger e Samuel Fuller são alguns cineastas representativos do noir.

Fronteira

Segundo o dicionário Houaiss, fronteira é o “limite que demarca um país e o separa de outros.” Na produção artística, a fronteira se dá também no campo simbólico: é aquilo que separa uma linguagem de outra, uma estética de outra. O mundo contemporâneo vive uma espécie de redefinição e até um esmaecimento de fronteiras, geográficas e simbólicas, na medida em que as tecnologias de informação permitem trocas cada vez mais intensas.

Funâmbulo

1. Equilibrista que anda no fio ou na corda; acrobata. 2. Fig. Pessoa inconstante nas suas opiniões e posições partidárias. Funambulismo.

Gag/gague

Em teatro ou cinema, o efeito cômico obtido por surpresa ou improviso, seja ele verbal ou visual. Na gíria brasileira dos atores, o mesmo que caco.

Ilusionismo

1. Arte e prática de criar algo ilusório por meio de truques. 2. Técnica de criar efeitos espetaculares pela rapidez dos gestos e das mãos; prestidigitação.

Improviso

1. O que é dito ou feito sem preparação prévia; improvisação; 2. Imprevisto repentino.

Itinerância

O ato de se deslocar continuamente por diferentes territórios no exercício de uma função. Em sua origem, o circo é uma arte naturalmente itinerante, criada para transitar por diferentes públicos e realidades e dessa experiência extrair inspiração e material de criação.

Linguagem artística

Teatro, dança, música, cinema, literatura, fotografia, pintura, desenho, escultura, circo, entre outras. A linguagem é o conjunto de signos, a forma que o artista escolhe para expressar sua história, cultura, emoções e valores estéticos.

Lira

Aro de ferro suspenso, que serve para acrobacias aéreas tanto dentro quanto fora dele.

Lona

Tecido grosso e forte usado para toldos, o termo “lona” assume o caráter simbólico de “casa” para os artistas quando o circo passa a ser itinerante. Antes realizado sob o teto de famílias nobres, arenas e anfiteatros, com a queda dos impérios torna-se popular e, em 1769, o inglês Philip Astley produz uma lona para ser montada e desmontada a cada apresentação em localidades diferentes.

Magie nouvelle

A “nova magia” surge na França nos anos 2000 e propõe uma renovação do gênero ao misturar técnicas tradicionais de ilusionismo a outras linguagens artísticas, como dança, música e artes plásticas. Além do apelo visual, a ideia é aguçar outros sentidos do espectador, como olfato e tato.

Malabarista

1. Artista circense que exibe grande habilidade atirando e apanhando objetos jogados ao ar, manipulando-os e equilibrando-os ao mesmo tempo; equilibrista; 2. Fig. Pessoa que demonstra habilidade para contornar circunstâncias difíceis ou adversas. Malabarismo.

Manipulação

Arte em que são exibidas habilidades corporais com a utilização de objetos, causando efeitos mágicos.

Mão a mão

Acrobacia realizada geralmente em dupla que depende do contato, equilíbrio e força entre as mãos.

Mastro chinês

Modalidade circense de acrobacia aérea realizada em um mastro vertical de aço, preso no chão e forrado com material antiderrapante de, normalmente, 5 a 10 metros de altura. Exige flexibilidade e força dos artistas.

Minimalismo

Estética caracterizada pelo emprego mínimo de recursos e elementos na criação artística, privilegiando a simplicidade e formas elementares. Nas artes visuais, o movimento teve início no fim dos anos 1950 nos Estados Unidos. Depois se espalhou por outros países e outras linguagens artísticas.

Minimalismo

Estética caracterizada pelo emprego mínimo de recursos e elementos na criação artística, privilegiando a simplicidade e formas elementares. Nas artes visuais, o movimento teve início no fim dos anos 1950 nos Estados Unidos. Depois se espalhou por outros países e outras linguagens artísticas.

Monociclo

Aparelho usado em números de equilíbrio composto apenas da parte traseira de uma bicicleta – roda e pedais, sem o guidão. Pode ter diversas alturas e mais de uma roda compondo o sistema de rodagem.

Número circense

Sequência de movimentos e/ou truques executados pelo artista, com ou sem aparelhos. Um número de circo pode ser solo ou em grupo. Por mais curto que seja, tem início, desenvolvimento e fim.

Panem et circenses

Pão e espetáculos de circo. Palavras de Juvenal (Décimo Júnio Juvenal, poeta e retórico romano, autor das “Sátiras”) referindo-se às preferências imediatistas e à ignorância das massas.

Pantomima

É a representação de emoções, de atos e de várias situações humanas somente por meio dos movimentos do corpo, dos gestos e dos passos. Encontra-se em muitas culturas sob a forma de danças guerreiras, de ritos de sacrifício, de imitação de animais. Entre os antigos egípcios e indianos, apareceu com contornos artísticos. Por vezes os gregos empregaram coros para acompanhar as suas pantomimas e os romanos foram grandes cultivadores desse gênero, chegando a ter, durante a República, uma escola especial para o seu desenvolvimento. Um único ator, o pantomimus, costumava representar, sem dizer palavra, todas as pessoas ou coisas de uma determinada história. Os atores distinguiam, por meio de máscaras, os diferentes tipos de personagens da pantomima. Empregava-se o mesmo termo para designar o ator dessa espécie de espetáculo e o próprio espetáculo. Os mistérios religiosos da Idade Média manifestavam vestígios da antiga pantomima. Mímica.

Paródia

Termo de origem grega, paraode, formado pela união de ode (canto, canção) e para (aquilo que se desenvolve ao longo de, ao lado de). Logo, contracanto ou canção transposta. Trata-se da recriação geralmente cômica ou imitação burlesca de uma obra, gênero, estilo ou estereótipo literário, com sentido crítico insinuado ou explícito. É a transposição de um texto tomado como modelo, já escrito e conhecido, manipulado e submetido a um formato crítico.

Percha

Derivação das palavras pertĭca em latim e perche, em francês, a percha, ou “vara comprida” é o aparelho e o nome de uma modalidade em que um acrobata (também chamado de base ou portô) sustenta um mastro a metros do chão enquanto outro (chamado volante) sobe até seu topo para executar um número circense. Devido a seu alto grau de dificuldade, hoje a técnica é pouco praticada no mundo.

Picadeiro

A área central de um circo, reservada à exibição das atrações; arena.

Pirâmide acrobática

Formação acrobática realizada em grupos de, no mínimo, três pessoas. Os artistas situados na base sustentam com seus corpos aqueles da camada superior, que podem estar de pé sobre os ombros dos colegas ou ajoelhados.

Poesia visual

Aquela em que o caráter visual tem função central na composição da obra, podendo ou não trazer palavras e símbolos de escrita. Há exemplos de poemas visuais desde a Antiguidade, como “O Ovo” (cerca de 300 a.C.), de Símias de Rodes, em que o texto é disposto na página com o formato ovalado.

Portô

Do francês porteur. Pessoa que fica no solo sustentando o aparelho e a demonstração do outro artista (o volante) ou tendo a mesma função nos números aéreos.

Quadrante coreano

Técnica de acrobacia aérea em dupla executada sobre dois mastros fixos no chão contendo pequenas plataformas de sustentação. Um acrobata fica sobre o aparelho sustentando o outro, que pode balançar no ar, ser arremessado e fazer diversos tipos de movimento. Também é conhecido como russian cradle.

Quarta parede

Parede imaginária situada entre a plateia e o palco, nos espetáculos em que os artistas não trocam olhares com os espectadores, induzindo-os a ter uma relação mais passiva em relação ao que é encenado.

Quick change

Termo em inglês que significa “troca rápida”. Recurso em que o artista troca de roupa como num passe de mágica atrás de um anteparo.

Reprise

Além das entradas mais longas, executadas pelo palhaço excêntrico, o espetáculo circense também oferece a reprise cômica no intervalo entre duas atrações. Os palhaços que se dedicam às reprises são também conhecidos como Tony de Soirée ou Augusto de Soirée. As reprises são predominantemente mudas (mas não necessariamente) e têm o circo, seus artistas e números como objetos de zombaria. Participam do espetáculo em vários momentos e têm a função de preencher o espaço cênico no momento em que se monta ou se desmonta um grande aparelho, como trapézio voador ou jaula. De modo geral, são mais curtas se comparadas às entradas.

Rigger

Técnico especializado em montagem e manutenção de pontos de fixação para aparelhos aéreos.

Risco

Do latim resecum, utilizado para descrever situações de perigo, contém também o conceito de possibilidade, a probabilidade de perda ou ganho. No circo, o risco funciona muitas vezes como condutor da narrativa. Artístico ou físico, ele é iminente ao longo da formação e durante a performance dos artistas.

Roda alemã

Equipamento originalmente usado em exercícios de ginástica na Alemanha, a roda feita de aço exige concentração e equilíbrio por parte dos acrobatas que a utilizam. Nela, é possível girar e rodar, variando a intensidade e, consequentemente, o grau de dificuldade. Também conhecida como roda cyr.

Teatro físico

Construção de formas compreensíveis pelo imaginário coletivo sem falas. Por meio de gestos e outras habilidades não verbais, os artistas devem ser capazes de interpretar uma grande variedade de papéis e emoções, além de improvisar com o público.

Tecido acrobático

Modalidade aérea circense realizada com dois longos tecidos, presos no alto do teatro. Acredita-se que ele seja uma extensão do trabalho com a corda. Exige flexibilidade, agilidade, força muscular e leveza na apresentação do artista para que se crie movimentos e se alcance diversas alturas com o tecido.

Tony de Soirée

Designação técnica para uma determinada função do palhaço. Ele deve conhecer as mais variadas habilidades circenses para participar como elemento cômico em números sérios, sem falar nada ou quase nada. Por exemplo, é bastante comum a presença de um palhaço no trapézio voador, incumbido de trazer uma espécie de relaxamento entre as evoluções, tanto para o público como principalmente para os artistas, que teriam um tempo de descanso e recuperação de energias para as próximas evoluções. O Tony de Soirée também é responsável pelo desempenho das reprises que se intercalam entre números distintos. Mais uma vez, ele é responsável pela pausa cômica que se interpõe entre as atrações. Faz oposição ao clown ou excêntrico.

Tragédia

Drama que se caracteriza pela seriedade e frequentemente envolve um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, os deuses, o destino ou a sociedade. A literatura grega reúne três grandes nomes que são referências do gênero: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.

Tragicomédia

Drama que se caracteriza pela seriedade e frequentemente envolve um conflito entre um personagem e algum poder de instância maior, os deuses, o destino ou a sociedade. A literatura grega reúne três grandes nomes que são referências do gênero: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.

Trapézio

Equipamento usado para acrobacias aéreas, constituído por uma barra suspensa por duas cordas, no qual o artista cria figuras e dá demonstrações de força, elegância e flexibilidade. Existem diferentes variações do equipamento: trapézio fixo, que é imóvel e dá maior estabilidade durante a execução das manobras; trapézio de balanço, que permite tanto movimentos típicos do fixo, quanto elementos de quedas, piruetas, giros, saltos mortais etc; e trapézio de voo, a modalidade mais comum – e possivelmente a mais difícil e perigosa – na qual o artista salta de um trapézio a outro, ou até as mãos de um portô devidamente posicionado numa plataforma.

Virtuose

1. Músico que apresenta domínio excepcional da técnica de execução de um instrumento. 2. Qualquer artista que demonstra grande domínio sobre os processos artísticos e técnicos da arte a que se dedica. 3. Qualquer pessoa que demonstra extrema habilidade naquilo que faz.

[F.: Do fr. virtuose. Sin. ger.: virtuoso]

Volante

Acrobata que é impulsionado, equilibrado ou sustentado por outro mais forte (o portô). Está sempre no alto, em números solo. Em números aéreos, como no trapézio, é ele que realiza o voo.

Voo

Consiste em um salto com acrobacias de um trapézio para outro. É considerada uma das manobras mais difíceis de se realizar no equipamento.

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