Onde a língua não tem vez

por Thais Ferreira

No palco, artistas que falam alemão, francês, sueco, inglês e francês. Na plateia, crianças que ainda estão aprendendo a língua nativa: o português.  As distâncias entre esses dois grupos se encurtam na primeira expressão facial.

O circo não precisa de uma língua para se comunicar.  A concentração durante uma  acrobacia,  as rugas de um esforço ou o ritmo frenético de um malabarismo são suficientes para emocionar e surpreender.

“Circo é uma linguagem universal. Olhe para nós!”,  brinca Erik Glas, integrante do Kaaos Kaamos, companhia que reúne integrantes de quatros países: Suécia, Finlândia, Alemanha e Nova Caledônia (território francês).

Eles apresentaram o espetáculo Babel, Glöm, que brinca com a pluralidade de idiomas de seus integrantes. Em vez de separar as pessoas, como na passagem bíblica da Torre de Babel, a ausência de uma língua comum une artistas e público em um mesmo sorriso.

Confira a conversa sobre a linguagem do circo.

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